Dois olhos verdes me encaram na escuridão. Reconheço que existe algo de pavoroso neles, uma semelhança nem tão longínqua com o que nos acostumamos, ou fomos acostumados, a chamar de “mal”.
Porém... na intersecção de nossos mundos, quando me quedo lassa e bem pouco contida no laço do seu abraço, também reconheço que aqueles olhos me fascinam. A bem da verdade, seus olhos, trejeitos, sorrisos, maldades e gentilezas... tudo nele, me fascina!
– Você gosta. – ele me sussurra no lusco fusco de uma sala de aula vazia. – Não negue.
Enrodilha a língua em meu ouvido, retraça com saliva os contornos da minha orelha... e enquanto sussurra, envolve meus seios com as mãos, me mantendo a um passo do precipício.
– Eu não gosto! – espasmo numa negativa quase infantil.
Ele se afasta. Mantém as mãos macias em torno dos meus seios, as pernas entre as minhas. Me pressiona calidamente, esfregando a pica intumescida contra meu ventre. Tento fugir daquilo, mas apenas me coloco contra outra barreira: a mesa do professor. Suspiro. Em meio a uma batalha que já se apresenta inglória, deixo escapar um gemido.
A risada rouca ecoa novamente em meu ouvido, reverberando no fundo da minha alma, eriçando meus seios, minha pele, meus pelos.
– Não gosta? Então, por que diabos você está tão molhadinha... Professora?
Não posso negar que aquele homem, misto de demônio, príncipe e crápula, me atiça, me erotiza, me transtorna, me enlouquece! Não, essa é uma negativa impossível. Desde que entrou naquela sala, sentou-se na última carteira e me deixou nua a cada explicação, ele me desatina.
No entanto... há uma distância considerável entre a loucura e a apreciação.
– Não gosto! – bato o pé. Me agarro a um resto de sanidade, busco uma tábua de salvação, qualquer coisa que me permita sair daquele pesadelo e me livrar da teia nodosa em que ele me prendeu. – Não gosto do que você faz comigo, da forma com que você age comigo... das... das... sensações que... que...
Ele me beija. A criatura que emergiu do inferno, exclusivamente para me tirar o juízo, me beija. Enfia a língua dentro da minha boca, captura minha própria língua, dança comigo sobre o tablado de madeira, me prensa contra a mesa áspera...
Como cheguei ali?! Meu Deus do céu, como cheguei até ali, depois do horário, na calada de uma noite fria, na escuridão de uma escola silenciosa, ao lado daquele homem que nada, absolutamente nada, tem de menino?!
Dois braços esculpidos por sessões disciplinadas de exercícios resistidos, me tiram do chão. Com um único e firme gesto, ele me coloca sobre a mesa.
Duas mãos enormes, bem feitas e de dedos longos, destroem minha calcinha.
Um pau grosso, grande e firme, se coloca impávido na entrada da minha buceta.
– Eu vou te comer, Professora. – ele me conta, mais uma vez aos sussurros, ao pé do meu ouvido, deixando que o hálito quente arruíne o que sobrou da minha dignidade. – Pode negar o que você quiser, menos que está a fim de dar pra mim!
Palmo e meio de pica me penetra, resoluta. Não espasmo em nenhum gritinho agudo, em nenhuma dor lancinante. Nada. Apenas um gemido rouco, de satisfação incontida, fruto da umidade indiscutível que lubrifica a sua chegada.
Rebolo.... Mexo os quadris.... Recebo a língua que parece prima irmã da minha.... Me permito o sabor de bala e café que escapa da boca perfeita... Envolvo seu pescoço, reconhecendo que perdi. Estou à mercê dele, entregue completamente às suas vontades, capturada não pela teia de iniquidades que ele foi tecendo ao longo do semestre... Mas, pela capacidade indiscutível que ele tem de me seduzir!
R. M. Ferreira
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